terça-feira, 25 de junho de 2013

REVOLTA ...

Se há coisa que me revolta e me deixa os cabelos em pé são noticias como esta do JN de hoje:
Coima até 970 euros por alimentar cinco cães abandonados Câmara de Espinho avisa mulher de prática proibida, mas ela contesta imposição
Publicado às 00.00SALOMÃO RODRIGUES
foto Salomão Rodrigues/JN
éã
Teresa Alves alimenta cinco cães e dois gatos


6944 12 16 Sete "habitantes" do Bairro do Violas, em Espinho, estão envolvidos na mais recente polémica instalada naquela cidade. A Russa, o Barbicha, a Ritinha, o Josefe e o Gigante a que se juntam o Pum Pum e o Biscoito, cinco cães e dois gatos, têm em comum o facto de ter sido abandonados e alvo de maus-tratos. Uma moradora, Teresa Alves, decidiu prestar assistência e dar-lhes alimentação.
Mas o gesto não terá sido bem acolhido por algum morador que, de forma reiterada, chamou a Câmara a intervir. A mulher foi, agora, informada pela Autarquia de que poderá incorrer numa coima que vai dos 97 cêntimos aos 970 euros.
"Estou a alimentá-los num terreno privado e não na via pública, como afirma a Câmara. Por isso não estou a cometer nenhuma ilegalidade. Já é a terceira carta que recebo. Não deviam ameaçar quem está a ajudar os animais abandonados", frisa.


E como estamos a precisar de rir um bocadinho, lembrei-me de um mail que recebi há uns tempos, resposta de um marido, ás cartas que a mulher recebeu por, também ela, alimentar 2 cães na rua, coincidência também em Espinho. É hilariante. Leiam:

"A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana". (Charles Darwin)
ESTE é um artigo satírico sobre algumas palermices que nos assolam os dias, assim espero que ninguém se exalte, porque afinal os cães ladram mas a caravana passa. Ou será o contrário? Bom, não interessa, por isso, começo por fazer uma declaração de intenções. Conheço há muitas décadas o meu amigo Quirino, agora vereador da câmara municipal. Eu, e praticamente toda a cidade de Espinho. É uma pessoa inteligente, educada, e extremamente competente no seu trabalho. Alem disso é uma simpatia, extremamente acessível e prestável. É amigo do seu amigo, e é praticamente amigo de toda a gente. Tenho por ele muita consideração, e a melhor das impressões. Não, não estou a dar graxa, isto é mesmo verdade, e quem conhece o Quirino sabe que o que eu estou a dizer não é mentira. É um filho da terra, querido, e estimado, que parece estar a fazer um óptimo trabalho no seu pelouro desta câmara. Tanto assim é, que acredito que encare este artigo com bonomia. Se por acaso alguma vez o vier a ler. Talvez por isso, tenha ficado um bocado surpreendido com a carta que o seu departamento camarário mandou á minha mulher. A carta está assinada por Quirino de Jesus, e é isso que me faz uma certa confusão. A carta, resumidamente, ameaça a minha mulher de ser punida com multa, se não parar de dar de comer, e beber, aos dois cães abandonados, que param aqui á porta. Mesmo quando a comida e a água são colocadas em recipientes, e ela se dá ao trabalho de limpar o local depois de os animais comerem.
A CARTA oficial da câmara diz mais ou menos isto; Ao abrigo do Regulamento de Resíduos Municipais de 22/11/2002, artigo 41º nº b, a interdição e proibição nos espaços públicos de "alimentar animais na via pública" é punível com coima de 0,2 a 2 vezes o salário mínimo nacional mais elevado. Assinada pelo vereador responsável, Quirino de Jesus. Assim, com esta simplicidade burocrática, câmara de Espinho promete por fim a tão hediondo crime. Eu sempre disse á minha mulher que os cães só dão problemas. Não sabia é que esses problemas envolviam salários mínimos, e ainda por cima elevados. Podia especular aqui sobre as obrigações das autarquias para com os animais abandonados, o funcionamento (ou não) do canil municipal, a limpeza, ou não, da cidade e muitas outras coisas que realmente podem interessar para o funcionamento da urbe. Também com o facto caricato desta ser a única câmara do país a enviar uma missiva com este teor a um munícipe. Isto segundo a PETA. Mas não vale a pena. Interessa-me mais o lado metafísico da coisa.
E O LADO metafísico da coisa é o seguinte; compreendo perfeitamente que o Quirino, enquanto vereador, tenha de assinar por baixo este tipo de despautérios, talvez seja essa a sua função, e é para isso que lhe pagam. Tudo bem, no problem, como dizem os americanos. Agora meter o de Jesus no assunto é que me parece mal, e muito pouco cristão. Que se saiba, Cristo nunca perseguiu ninguém por matar a fome e a sede a quem precisa. Seja homem, seja cão. Muito pelo contrário. Está bem, na Bíblia não aparece nenhum cão, mas não consta que Jesus andasse ao pontapé, e á pedrada aos cachorros, se é que havia cachorros na Palestina. Já pelo Judas, não ponho as mãos no fogo, umas pedritas de vez em quando, ele era menino para isso. Por estas, e por outras, o que eu sugiro ao nosso vereador é que, em assuntos de direitos fundamentais, humanos ou animais, não use o nome de Jesus em vão. Quanto há minha mulher, há anos que a tento convencer que não é a Madre Teresa dos Quatro Patas. Também em vão. Porém, uma coisa é certa; - não se persegue quem trata e protege os animais abandonados.
AINDA quanto á minha mulher, sempre que a apanhar a dar de comer aos cães, que não sejam os nossos (temos três, dois adoptados), leva um enxerto de porrada. Pode ser que ao fim de meia dúzia de sovas, ela desista da via criminosa, e os cachorros morram á fome, ou abandonem a rua. Assim, talvez seja condecorado pela câmara municipal, por trazer paz ao bairro, e ter colocado um ponto final numa carreira malvada. Vou ser um herói local, finalmente vou deixar de ser um Zé-ninguém. Sabia que a minha mulher era perigosa, não sabia porem, é que eu dormia com uma fora da lei. Estou tramado! Caramba, o que um homem apreende nesta vida. Quanto á pessoa que fez a acusação, ela tem toda a minha compreensão, eu também não gosto de ouvir cães a ladrar, buzinas a tocar, pessoas a berrar, e aviões a passar. Por mim, e por ela, as ruas tinham como ruído de fundo, uma sinfonia de Mozart ou de Bach. Na vez dos cocós dos cães, haveria tabletes de chocolate com um formato retorcido, e quando déssemos um trambolhão, aterraríamos sobre um empedrado acolchoado feito á medida. Os passeios seriam rolantes, e os bancos almofadados. A chuva seria feita de champanhe, ou de notas de vinte euros. O meu problema, deve-se ao muito LSD que tomei na juventude, o dela deve ter a ver com o Alzheimer, esqueceu-se que é humana (se é que o é) e pensa que já está no céu. Ou então é apenas mau feitio, ou um péssimo carácter. Vá-se lá saber. Estou a ouvir cães a ladrar, vou lá fora arriar na mulher, e já volto. Boas fotos, e cuidado com o cão. OPV

Sem comentários:

Enviar um comentário