A história da Feia, foi sem dúvida a que mais me comoveu!
A Feia era uma cadelinha de um sem abrigo! Ela adorava o dono e o dono adorava-a! Embora privados de tudo o resto tinham muito carinho e amor um pelo outro! Eram companheiros nas privações, mas eram também companheiros inseparáveis e tinham uma ligação muito forte!
A D. Esmeralda já os conhecia de vista. Um dia reparou que a Feia estava c/ a patinha partida. Claro que não ficou indiferente e logo se prontificou a levá-la para a tratar.
Teve de ser operada por um ortopedista. Posteriormente ficou muitíssimo debilitada. Era já sénior e sofria do coração. Tudo se fez pela Feia, mas entrou em sofrimento e segundo o veterinário o melhor seria a eutanásia. A D. Esmeralda foi ouvir uma 2ª opinião e infelizmente foi a mesma. Um mês depois da cirurgia a Feia não recuperava, estava cada vez mais débil e em sofrimento.
Lembro-me como se fosse hoje, tocou-me á campainha e pediu-me para ir lá fora. Olhei para dentro do carro e vi a patuda …… aí tive a certeza que não havia nada a fazer!
Disse-me c/ as lágrimas nos olhos “Vou levá-la ao dono a pedir autorização para acabar c/ o sofrimento dela e para que se despeçam”, fiquei, eu também, ali num pranto!
Contou-me depois que ao chegar perto da zona onde estava sempre c/ o seu dono começou a arrebitar a cabecita, quando o viu o seu corpinho tão doente parece ter ganho vida e ele abraçou-a a chorar compulsivamente. E foi muito triste o ter de os separar para sempre, mas é mais uma história que nos ensina que não interessa o dinheiro, não interessa o conforto e todos os bens materiais que se possam ter! Tenho a certeza que esta cadela não trocaria o dono por uma refeição diária ou por todo o conforto do mundo! O carácter das pessoas não se mede pelo que têm, mas pelo que são!
E com este desfecho ficamos todos destroçados!
Este episódio já se passou quase á 2 anos, entretanto o sem abrigo conseguiu autorização de um prédio para ficar num “vão de escada” e desde esse dia que raro é o Domingo em que a D. Esmeralda não vai visitá-lo, levar-lhe de comer, roupa lavada e prestar-lhe ajuda naquilo que ele necessita!
A sua generosidade e preocupação pelo próximo não tem limites ……
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